BASÍLIO SEH

BIOGRAFIA
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O cantor, compositor, instrumentista e arte-educador Basílio Seh nasceu em Pernambuco em 1964 e mudou-se ainda criança para a cidade de Traipu, no interior de Alagoas. E foi lá que, aos 12 anos, ele aprendeu a tocar trompete, chegando a integrar a Filarmônica Lira Traipuense, na qual seu tio era maestro. Em 1981, Basílio foi estudar em Satuba, na grande Maceió, e conheceu a obra de Djavan, Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti, que viriam a ser grandes influências em seu trabalho.

 

Apesar de estar envolvido com música desde a infância, Basílio Seh lançou o disco de estreia somente em 2003, quando já tinha quase 40 anos de idade. Com o título de Oco do Mundo, o álbum chamou a atenção da crítica especializada e do público alagoano, abrindo caminho para o trabalho seguinte do músico, DNA Caeté, de 2010.

 

Contando atualmente com sete discos e dois DVDs na bagagem, Basílio Seh lançou no ano de 2021 três álbuns ao mesmo tempo: um instrumental, um dedicado à cantoria nordestina e um voltado ao público infanto-juvenil. Além dos trabalhos solo, o músico, que já dividiu o palco com Chico César e Hermeto Pascoal, produziu CDs de outros artistas e até a trilha sonora de um documentário.

 

Por Marluci Ribeiro – Rádio Senado – Som Brasilis

SÍNTESE BIOGRÁFICA

Basilio Seh nasceu no décimo dia de março de 1964, na cidade de Tacaratu – Pernambuco. Cresceu às margens do rio São Francisco entre Pão de Açúcar e Traipu, no Estado de Alagoas recebendo aí os primeiros ensinamentos. Herdeiro musical dos irmãos Basilio (Pedro, José, Antônio e Manoel), cedo, com quatorze anos, iniciou o ofício tocando trompete na filarmônica Lira Traipuense, onde desenvolveu o gosto pela composição e orquestração a partir da vivência com seu tio, o maestro Antônio Basilio. Suas influências vão do popular ao erudito, porém, seu foco de atuação está fixado na cultura popular, tendo, entre outros influenciadores, Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti como os principais.

 

Quando criança gostava de andar pela feira admirando repentistas, emboladores, aboiadores, pregões e todo um murmurinho ouvido de longe. Além disso, outro hábito de criança era observar urubus voando, que mais tarde lhe rendeu a característica principal de seu trabalho, a qual se convencionou chamar de “melodia em voo livre”. Mais precisamente, diz da música trabalhada com liberdade de expressão, ou seja, durante a execução de uma obra, uma vez estabelecida, a base estrutural harmônica mediante uma melodia central, a criação é o elemento ilimitado na construção orquestral imediata do grupo, tal qual urubus voando plenamente no céu.

Até os dezesseis anos, a base do aprendizado de Basilio Seh se deu pelo estudo e prática da música instrumental (filarmônica e orquestra de frevo), cantoria nordestina e convivência com sonoridades comuns do ambiente, tipo feira livre, pregões, canto das lavandeiras, aboios, violeiros etc. Com o deslocamento para a cidade de Satuba (1981), área metropolitana de Maceió, onde fora estudar na Escola Agrotécnica Federal, seu mundo girou trezentos e sessenta graus. Ao tempo em que era aluno, também desempenhava o papel de regente da banda fanfarra, pois a tradição da escola nutria o hábito de delegar tal serviço aos alunos com habilidade musical.

 

Estreando com OCO DO MUNDO (CD 2003), o álbum reinterpreta elementos característicos do Nordeste. Este despertou a atenção da crítica alagoana apontando como um artista promissor. Em seguida, gravou o álbum DNA CAETÉ (CD 2010), que mais precisamente insinua uma discussão sobre o legado da cultura Afrodescendente no Brasil. URUBUANO (DVD 2011), terceiro trabalho, onde mostra o artista em performance de livre canto, tem como base as obras dos dois primeiros álbuns, Oco do Mundo e DNA Caeté. Em BOCA DE SAPO (CD 2017), de cunho pedagógico e oportunizado pela aprovação do projeto Musicalizando no programa Mais cultura, MINC/MEC teve sua produção a partir de oficinas de educação musical com alunos da escola municipal Hermínio Cardoso em Fernão Velho, Maceió. Rádio Cabeça (CD 2017) oportunizado pela contemplação do projeto no prêmio Eris Maximiniano, edital 2015 - Fundação Municipal de Cultura de Maceió – simula programação musical radiofônica, com base nos sons armazenados nos porões da consciência do sujeito. Por fim, o mais atual dos trabalhos, a coleção JANELAS, com três títulos distintos: Isca de Urubu (instrumental), Cantoria na Casa de Zé (cantoria nordestina) e Cantiga de roda (infanto-juvenil). Lançado recentemente em plataformas digitais, com recursos oriundos do prêmio Zailton Sarmento, Lei Aldir Blanc – Secretaria Executiva do Estado de Alagoas – de acordo com o autor, esta obra é uma forma de corrigir um pouco a lacuna temporal deixada pelas publicações tardias em sua carreira. Só a partir de 2003 o primeiro trabalho foi lançado, quando poderia ter sido bem antes. Por último, Basilio Seh 20 Anos, show ao vivo em comemoração aos tempo de carreira fonográfica, lançado em DVD e disco, disponível nas plataformas digitais.

 

Além do projeto particular do autor, outras produções levam sua assinatura, como sendo: VIÇOSA DO NOSSO BRASI (CD 2008), a produção musical do filme documentário 1912 O QUEBRA DE XANGÔ, a direção musical do 1° e do 2° CD PALCO ABERTO, entre outros.  Ao longo da carreira, Basilio Seh vem participado de eventos importantes como os projetos MPB Petrobrás, Pixinguinha, os festivais Canta Nordeste, FEMUCIC, Maceió Verão 2014, por último, o II Festival de Música de Alagoas EM CANTO, edição 2017, onde fez show como convidado do evento.

 

Em 2003 foi convidado especial de Hermeto Pascoal, no show “Feira dos Sons”. Em 2006, Chico César também o convidou a fazer participação especial no show realizado pelo projeto “MPB Petrobrás”. Dos trabalhos realizados como educador, destacam-se principalmente a orquestra do Complexo de Ensino Público de Alagoas em Maceió (CEPA) e a Orquestra Nuno Pimentel na cidade de Viçosa-AL, ambas formadas com alunos da rede pública de ensino.

Textos: Basilio Seh/Lutelo Lima

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